As principais estrelas da última etapa do Circuito Banco do Brasil de Surfe, confirmaram o favoritismo nas boas ondas do domingo ensolarado na Praia de Itamambuca, em Ubatuba, São Paulo. O maior nome do surfe feminino brasileiro, Silvana Lima, festejou sua segunda vitória nas três etapas, derrotando a peruana Daniella Rosas na primeira decisão de título. Depois, o número 5 no ranking do World Surf League (WSL) Challenger Series 2022, Alejo Muniz, liquidou o argentino José Gundesen nas primeiras ondas que surfou na última bateria do dia.
O Circuito Banco do Brasil de Surfe estreou esse ano com o conceito de descobrir novos talentos no surfe brasileiro, promovendo etapas do WSL Qualifying Series nas três principais regiões do país, em Garopaba (SC), Salvador (BA) e Ubatuba (SP). A meta foi atingida com o ubatubense Gabriel Klaussner, de apenas 17 anos de idade, sendo o campeão do ranking computando os três resultados, junto com a experiente Silvana Lima. Como prêmio, ganharam convites para participar do único Challenger Series na América Latina esse ano, o Corona Saquarema Pro apresentando pelo Banco do Brasil, que será realizado de 1 a 8 de novembro em Saquarema.
"Estou amarradão com meu primeiro título da WSL e foi aqui em casa né. Não tem sentimento mais especial do que esse, na frente da minha família e dos meus amigos", disse Gabriel Klaussner, após receber o seu troféu de campeão do Circuito Banco do Brasil de Surfe no pódio em Itamambuca. "Estou amarradão pela oportunidade de poder competir em um evento do Challenger Series. Esse era o meu objetivo desse ano, de conseguir a vaga. Eu vim pra esse campeonato para vencer o circuito e, Graças a Deus, eu conquistei".
Gabriel Klaussner e Silvana Lima campeões do Circuito Banco do Brasil 2022 - WSL / Daniel Smorigo
A pentacampeã brasileira de surfe profissional e duas vezes vice-campeã mundial, Silvana Lima, é patrocinada pelo BB Asset, carteira de investimentos do Banco do Brasil. A cearense coroou a conquista do título de campeã do Circuito Banco do Brasil de Surfe, com vitórias nas duas últimas etapas. A primeira foi na Praia de Stella Maris, em Salvador (BA), agora na Praia de Itamambuca fazendo os recordes de pontos da categoria feminina em Ubatuba, 16,26 na semifinal com Melanie Giunta e 16,17 na decisão com a também peruana Daniella Rosas.
"Essa teve um gostinho de revanche, porque a Daniella tinha ganhado de mim lá no QS da Prainha (RJ), que é praticamente a minha casa. Mas, eu sabia que não ia ser fácil, porque ela surfa muito bem", destacou Silvana Lima. "Graças a Deus, eu comecei bem a bateria e deu tudo certo, o título ficou em casa. Estou muito feliz e só tenho que agradecer principalmente ao Banco do Brasil, por dar a oportunidade de a gente ter um circuito com três etapas. Só gratidão também por esse momento incrível que estou vivendo. Já vou fazer 38 anos esse ano, mas a garra de vencer e querer evoluir no surfe, é a mesma de quando eu comecei".
O caminho do título no domingo começou com Silvana Lima fazendo o recorde de pontos desta última etapa do Circuito Banco do Brasil de Surfe, na semifinal com Melanie Giunta. A peruana ainda conseguiu a maior nota da categoria feminina nas ondas de Itamambuca, 8,93. Mas, a brasileira já tinha atingido imbatíveis 16,26 pontos, somando 8,33 com 7,93.
Silvana Lima se destacou nas direitas de Itamambuca no domingo - WSL / Daniel Smorigo
A cearense impediu uma final 100% peruana em Ubatuba, pois Daniella Rosas já havia derrotado a australiana Sophie Fletcher. A decisão então passou a valer a quarta posição no ranking regional da WSL Latin America, que vai classificar quatro surfistas para o Challenger Series de 2023, o circuito de acesso para a elite do World Surf League Championship Tour.
DECISÃO FEMININA - Silvana pegou a primeira onda boa da final, uma direita que abriu a parede para ela fazer uma série de batidas e rasgadas de frontside, que arrancaram nota 7,67 dos juízes. Daniella deu o troco na mesma moeda, com 7,60 das duas manobras fortes de frontside em outra direita. Mas Silvana responde rápido, mandando quatro ataques potentes para ganhar 8,50. Com essa nota, atingiu 16,17 pontos, contra 11,67 da peruana.
As duas tinham se enfrentado nas quartas de final do QS da Prainha no Rio de Janeiro, que a peruana venceu, então Silvana queria vingar essa derrota. Daniella ficou precisando de 8,57 para vencer nos 15 minutos finais, mas aí vem uma calmaria. As duas ficam lado a lado esperando outra série de ondas, que só entra quando restavam 3 minutos. Daniella pega uma, mas era fraca. A brasileira fica marcando a peruana de perto, o tempo acaba e Silvana Lima festeja a segunda vitória nas três etapas do Circuito Banco do Brasil de Surfe.
Daniella Rosas e Silvana Lima no pódio feminino de Ubatuba - WSL / Daniel Smorigo
"Foi demais poder mostrar ao meu patrocinador que estou ativa, fazendo bons resultados. Eu vim para cá com esse objetivo, de vencer essa etapa aqui nesse lugar que me traz tantas boas lembranças", disse Silvana Lima. "Eu comecei bem, depois fiz aquela marcação básica e estou muito feliz pela vitória. Minha meta era ir melhorando a cada bateria e eu sabia que a Daniella (Rosas) era uma adversária muito forte. Mas, eu não queria perder de novo para ela esse ano e estou superfeliz por ter ganhado mais um evento".
DECISÃO MASCULINA - Na decisão do título masculino, que fechou o Circuito Banco do Brasil de Surfe em Ubatuba, Alejo Muniz começou forte com nota 7,83, contra 6,67 do José Gundesen. Logo o brasileiro acha outra onda boa, que abre mais parede para mostrar seu frontside destruidor numa direita detonada por uma série impressionante de manobras progressivas, executadas com pressão e velocidade. Os juízes dão nota 9,27 para Alejo já totalizar 17,10 pontos nos 10 primeiros minutos da bateria.
Mas, Nacho Gundesen também surfa bem uma direita com batidas verticais de backside e continua na briga com nota 8,87, a maior dele na Praia de Itamambuca. O argentino fica precisando de 8,24 para vencer e pega uma onda que o catarinense deixa passar. Ela era pequena, mas fica em pé para ele atacar de backside e finalizar forte na junção. José troca o 6,67 da sua primeira onda por 7,90, porém ainda fica precisando de 8,24, que não consegue mais até a bateria ser encerrada, com vitória de Alejo Muniz por 17,10 a 16,77 pontos.
Alejo Muniz destruiu as direitas da Praia de Itamambuca no domingo - WSL / Daniel Smorigo
"Eu tive bastante sorte no começo. Fiz uma onda excelente logo no início e a nota 9,27 me deu um pouco de tranquilidade. Mas o Nacho (José Gundesen), para mim, era o melhor surfista do campeonato inteiro e eu sabia que ia ser uma bateria difícil", disse Alejo Muniz. "Eu deixei passar uma onda que pensei que ia ser ruim, mas ele fez quase um 9 também, então isso mostrou o potencial dele. Estou muito feliz em estar aqui com minha família. É a primeira vez que meu filho me viu vencer, com minha esposa também, então estou amarradão".
Alejo Muniz é o brasileiro mais bem colocado no Challenger Series esse ano, está em quinto no ranking que vai classificar dez surfistas para o WSL Championship Tour de 2023. Ele já fez parte da elite por alguns anos e tinha vencido a primeira etapa da temporada 2022/2023 da WSL Latin America, em Mar del Plata, na Argentina. Esta do Circuito Banco do Brasil de Surfe foi a segunda que ele participou, então manteve a invencibilidade no continente esse ano. Mas, sua única vitória em etapas do WSL Qualifying Series no Brasil aconteceu 11 anos atrás, em 2011 em Fernando de Noronha (PE).
"Pois é, faz bastante tempo, mas é emocionante vencer em casa, no seu país", disse Alejo Muniz. "Meu filho que está aqui, nem tinha nascido ainda (risos) quando venci lá em Noronha. E eu fiquei impressionado com a quantidade de bons surfistas bem jovens que vi aqui. Certamente, o surfe brasileiro vai continuar sendo bem representado nos próximos anos. E eu continuo aí brigando, batalhando, e feliz demais com meu resultado aqui. A vitória era realmente o que eu vim buscar e agora é aproveitar para festejar com a família".
José Gundesen e Alejo Muniz com seu filho no pódio em Ubatuba - WSL / Daniel Smorigo
VICE-CAMPEÃO - O argentino José Gundesen vive em Santa Catarina há alguns anos e já morou na casa do Alejo Muniz, em Bombinhas. Em Ubatuba, ele competiu desde a primeira bateria do Circuito Banco do Brasil de Surfe na quinta-feira, até a última no domingo. Ele chegou invicto na grande final, ganhando todas as seis baterias que tinha competido até ali. E foi na decisão do título, que Nacho Gundesen fez sua melhor apresentação, conseguindo sua maior nota - 8,87 - e a maior somatória - 16,77 pontos.
"É difícil de engolir assim, quando você fica tão perto da vitória. É até pior, eu acho", lamentou José Gundesen. "Mas, estou feliz pelo resultado, fui crescendo durante o evento e isso demonstra que estou melhorando como competidor. Só que o Alejo (Muniz) quebrou tudo e eu o admiro desde pequeno, quando morei na casa dele. Então, tinha muita coisa envolvida no meio dessa final. Ele me viu crescer e dessa vez me venceu, mas vamos ver na próxima".
Pelo menos, o argentino conseguiu cumprir uma meta que tinha estabelecido para este evento, o de ganhar posições no ranking regional da WSL Latin America, que vai classificar oito surfistas para o Challenger Series de 2023. Com os 800 pontos do vice-campeonato, José Gundesen subiu do sétimo para o quinto lugar e ninguém conseguiu entrar nesta lista em Ubatuba. "Na verdade, eu queria mesmo eram os 1.000 pontos. Mas, esse resultado foi bom também e pode me ajudar, porque a meta principal é classificar para o Challenger".
José Gundesen competiu na primeira e na última bateria em Ubatuba - WSL / Daniel Smorigo
MELHOR ETAPA - A etapa de Ubatuba foi a melhor do Circuito Banco do Brasil de Surfe, com novos recordes sendo registrados nas boas ondas da Praia de Itamambuca, como as sete maiores somatórias e as três maiores notas dos três eventos. O catarinense Matheus Navarro atingiu 18,17 pontos somando 9,17 com 9,00 na sexta-feira.
Na grande final, Alejo Muniz conquistou o título por 17,10 a 16,77 pontos de José Gundesen, com o campeão ganhando a segunda maior nota do ano, 9,27. Ela só ficou abaixou do 9,33 que o paulista Igor Moraes conseguiu nas quartas de final, quando fez a segunda maior somatória das três etapas, 17,83 pontos.
"Na minha visão, hoje é o melhor dia de ondas. Eu sabia que o meu surfe ia encaixar nessas condições e estou muito feliz de fazer esse 9,33", disse Igor Moraes. "Eu estava esperando há muito tempo por isso, de soltar meu surfe e fazer duas notas altas numa bateria. Minha meta era vencer esse evento, fazer meu melhor resultado em etapas do QS. Eu já tinha um terceiro lugar na Argentina, mas não consegui ir pra final de novo. Mesmo assim, troquei resultado e dei uma subidinha no ranking, que era o objetivo".
Igor Moraes conseguiu a maior nota das 3 etapas do Circuito Banco do Brasil - WSL / Daniel Smorigo
Igor Moraes parou nas semifinais, perdendo para o argentino José Gundesen. O surfista de São Sebastião subiu para a décima posição no ranking regional da WSL Latin America. Ele dividiu o terceiro lugar na etapa de Ubatuba do Circuito Banco do Brasil de Surfe com o último campeão mundial Pro Junior da World Surf League, Lucas Vicente. No duelo catarinense da segunda semifinal, ele estava se classificando até o último minuto, quando Alejo Muniz conseguiu uma nota 6,50 para ganhar de virada, por 13,73 a 13,34 pontos.
"Investir no surf é remar junto" é o lema do Circuito Banco do Brasil de Surfe, que foi realizado com patrocínio do Banco do Brasil e BB Asset Management nas três etapas do WSL Qualifying Series disputadas em Garopaba (SC), Salvador (BA) e Ubatuba (SP), todas transmitidas ao vivo pelo perfil da WSL Brasil no TikTok e pelo WorldSurfLeague.com. Mais notícias desta última etapa podem ser acessadas no www.wsllatinamerica.com.
Silvana Lima e Alejo Muniz vencem a última etapa do Circuito Banco do Brasil de Surfe em Ubatuba
João Carvalho
As principais estrelas da última etapa do Circuito Banco do Brasil de Surfe, confirmaram o favoritismo nas boas ondas do domingo ensolarado na Praia de Itamambuca, em Ubatuba, São Paulo. O maior nome do surfe feminino brasileiro, Silvana Lima, festejou sua segunda vitória nas três etapas, derrotando a peruana Daniella Rosas na primeira decisão de título. Depois, o número 5 no ranking do World Surf League (WSL) Challenger Series 2022, Alejo Muniz, liquidou o argentino José Gundesen nas primeiras ondas que surfou na última bateria do dia.
O Circuito Banco do Brasil de Surfe estreou esse ano com o conceito de descobrir novos talentos no surfe brasileiro, promovendo etapas do WSL Qualifying Series nas três principais regiões do país, em Garopaba (SC), Salvador (BA) e Ubatuba (SP). A meta foi atingida com o ubatubense Gabriel Klaussner, de apenas 17 anos de idade, sendo o campeão do ranking computando os três resultados, junto com a experiente Silvana Lima. Como prêmio, ganharam convites para participar do único Challenger Series na América Latina esse ano, o Corona Saquarema Pro apresentando pelo Banco do Brasil, que será realizado de 1 a 8 de novembro em Saquarema.
"Estou amarradão com meu primeiro título da WSL e foi aqui em casa né. Não tem sentimento mais especial do que esse, na frente da minha família e dos meus amigos", disse Gabriel Klaussner, após receber o seu troféu de campeão do Circuito Banco do Brasil de Surfe no pódio em Itamambuca. "Estou amarradão pela oportunidade de poder competir em um evento do Challenger Series. Esse era o meu objetivo desse ano, de conseguir a vaga. Eu vim pra esse campeonato para vencer o circuito e, Graças a Deus, eu conquistei".
Gabriel Klaussner e Silvana Lima campeões do Circuito Banco do Brasil 2022 - WSL / Daniel SmorigoA pentacampeã brasileira de surfe profissional e duas vezes vice-campeã mundial, Silvana Lima, é patrocinada pelo BB Asset, carteira de investimentos do Banco do Brasil. A cearense coroou a conquista do título de campeã do Circuito Banco do Brasil de Surfe, com vitórias nas duas últimas etapas. A primeira foi na Praia de Stella Maris, em Salvador (BA), agora na Praia de Itamambuca fazendo os recordes de pontos da categoria feminina em Ubatuba, 16,26 na semifinal com Melanie Giunta e 16,17 na decisão com a também peruana Daniella Rosas.
"Essa teve um gostinho de revanche, porque a Daniella tinha ganhado de mim lá no QS da Prainha (RJ), que é praticamente a minha casa. Mas, eu sabia que não ia ser fácil, porque ela surfa muito bem", destacou Silvana Lima. "Graças a Deus, eu comecei bem a bateria e deu tudo certo, o título ficou em casa. Estou muito feliz e só tenho que agradecer principalmente ao Banco do Brasil, por dar a oportunidade de a gente ter um circuito com três etapas. Só gratidão também por esse momento incrível que estou vivendo. Já vou fazer 38 anos esse ano, mas a garra de vencer e querer evoluir no surfe, é a mesma de quando eu comecei".
O caminho do título no domingo começou com Silvana Lima fazendo o recorde de pontos desta última etapa do Circuito Banco do Brasil de Surfe, na semifinal com Melanie Giunta. A peruana ainda conseguiu a maior nota da categoria feminina nas ondas de Itamambuca, 8,93. Mas, a brasileira já tinha atingido imbatíveis 16,26 pontos, somando 8,33 com 7,93.
Silvana Lima se destacou nas direitas de Itamambuca no domingo - WSL / Daniel SmorigoA cearense impediu uma final 100% peruana em Ubatuba, pois Daniella Rosas já havia derrotado a australiana Sophie Fletcher. A decisão então passou a valer a quarta posição no ranking regional da WSL Latin America, que vai classificar quatro surfistas para o Challenger Series de 2023, o circuito de acesso para a elite do World Surf League Championship Tour.
DECISÃO FEMININA - Silvana pegou a primeira onda boa da final, uma direita que abriu a parede para ela fazer uma série de batidas e rasgadas de frontside, que arrancaram nota 7,67 dos juízes. Daniella deu o troco na mesma moeda, com 7,60 das duas manobras fortes de frontside em outra direita. Mas Silvana responde rápido, mandando quatro ataques potentes para ganhar 8,50. Com essa nota, atingiu 16,17 pontos, contra 11,67 da peruana.
As duas tinham se enfrentado nas quartas de final do QS da Prainha no Rio de Janeiro, que a peruana venceu, então Silvana queria vingar essa derrota. Daniella ficou precisando de 8,57 para vencer nos 15 minutos finais, mas aí vem uma calmaria. As duas ficam lado a lado esperando outra série de ondas, que só entra quando restavam 3 minutos. Daniella pega uma, mas era fraca. A brasileira fica marcando a peruana de perto, o tempo acaba e Silvana Lima festeja a segunda vitória nas três etapas do Circuito Banco do Brasil de Surfe.
Daniella Rosas e Silvana Lima no pódio feminino de Ubatuba - WSL / Daniel Smorigo"Foi demais poder mostrar ao meu patrocinador que estou ativa, fazendo bons resultados. Eu vim para cá com esse objetivo, de vencer essa etapa aqui nesse lugar que me traz tantas boas lembranças", disse Silvana Lima. "Eu comecei bem, depois fiz aquela marcação básica e estou muito feliz pela vitória. Minha meta era ir melhorando a cada bateria e eu sabia que a Daniella (Rosas) era uma adversária muito forte. Mas, eu não queria perder de novo para ela esse ano e estou superfeliz por ter ganhado mais um evento".
DECISÃO MASCULINA - Na decisão do título masculino, que fechou o Circuito Banco do Brasil de Surfe em Ubatuba, Alejo Muniz começou forte com nota 7,83, contra 6,67 do José Gundesen. Logo o brasileiro acha outra onda boa, que abre mais parede para mostrar seu frontside destruidor numa direita detonada por uma série impressionante de manobras progressivas, executadas com pressão e velocidade. Os juízes dão nota 9,27 para Alejo já totalizar 17,10 pontos nos 10 primeiros minutos da bateria.
Mas, Nacho Gundesen também surfa bem uma direita com batidas verticais de backside e continua na briga com nota 8,87, a maior dele na Praia de Itamambuca. O argentino fica precisando de 8,24 para vencer e pega uma onda que o catarinense deixa passar. Ela era pequena, mas fica em pé para ele atacar de backside e finalizar forte na junção. José troca o 6,67 da sua primeira onda por 7,90, porém ainda fica precisando de 8,24, que não consegue mais até a bateria ser encerrada, com vitória de Alejo Muniz por 17,10 a 16,77 pontos.
Alejo Muniz destruiu as direitas da Praia de Itamambuca no domingo - WSL / Daniel Smorigo"Eu tive bastante sorte no começo. Fiz uma onda excelente logo no início e a nota 9,27 me deu um pouco de tranquilidade. Mas o Nacho (José Gundesen), para mim, era o melhor surfista do campeonato inteiro e eu sabia que ia ser uma bateria difícil", disse Alejo Muniz. "Eu deixei passar uma onda que pensei que ia ser ruim, mas ele fez quase um 9 também, então isso mostrou o potencial dele. Estou muito feliz em estar aqui com minha família. É a primeira vez que meu filho me viu vencer, com minha esposa também, então estou amarradão".
Alejo Muniz é o brasileiro mais bem colocado no Challenger Series esse ano, está em quinto no ranking que vai classificar dez surfistas para o WSL Championship Tour de 2023. Ele já fez parte da elite por alguns anos e tinha vencido a primeira etapa da temporada 2022/2023 da WSL Latin America, em Mar del Plata, na Argentina. Esta do Circuito Banco do Brasil de Surfe foi a segunda que ele participou, então manteve a invencibilidade no continente esse ano. Mas, sua única vitória em etapas do WSL Qualifying Series no Brasil aconteceu 11 anos atrás, em 2011 em Fernando de Noronha (PE).
"Pois é, faz bastante tempo, mas é emocionante vencer em casa, no seu país", disse Alejo Muniz. "Meu filho que está aqui, nem tinha nascido ainda (risos) quando venci lá em Noronha. E eu fiquei impressionado com a quantidade de bons surfistas bem jovens que vi aqui. Certamente, o surfe brasileiro vai continuar sendo bem representado nos próximos anos. E eu continuo aí brigando, batalhando, e feliz demais com meu resultado aqui. A vitória era realmente o que eu vim buscar e agora é aproveitar para festejar com a família".
José Gundesen e Alejo Muniz com seu filho no pódio em Ubatuba - WSL / Daniel SmorigoVICE-CAMPEÃO - O argentino José Gundesen vive em Santa Catarina há alguns anos e já morou na casa do Alejo Muniz, em Bombinhas. Em Ubatuba, ele competiu desde a primeira bateria do Circuito Banco do Brasil de Surfe na quinta-feira, até a última no domingo. Ele chegou invicto na grande final, ganhando todas as seis baterias que tinha competido até ali. E foi na decisão do título, que Nacho Gundesen fez sua melhor apresentação, conseguindo sua maior nota - 8,87 - e a maior somatória - 16,77 pontos.
"É difícil de engolir assim, quando você fica tão perto da vitória. É até pior, eu acho", lamentou José Gundesen. "Mas, estou feliz pelo resultado, fui crescendo durante o evento e isso demonstra que estou melhorando como competidor. Só que o Alejo (Muniz) quebrou tudo e eu o admiro desde pequeno, quando morei na casa dele. Então, tinha muita coisa envolvida no meio dessa final. Ele me viu crescer e dessa vez me venceu, mas vamos ver na próxima".
Pelo menos, o argentino conseguiu cumprir uma meta que tinha estabelecido para este evento, o de ganhar posições no ranking regional da WSL Latin America, que vai classificar oito surfistas para o Challenger Series de 2023. Com os 800 pontos do vice-campeonato, José Gundesen subiu do sétimo para o quinto lugar e ninguém conseguiu entrar nesta lista em Ubatuba. "Na verdade, eu queria mesmo eram os 1.000 pontos. Mas, esse resultado foi bom também e pode me ajudar, porque a meta principal é classificar para o Challenger".
José Gundesen competiu na primeira e na última bateria em Ubatuba - WSL / Daniel SmorigoMELHOR ETAPA - A etapa de Ubatuba foi a melhor do Circuito Banco do Brasil de Surfe, com novos recordes sendo registrados nas boas ondas da Praia de Itamambuca, como as sete maiores somatórias e as três maiores notas dos três eventos. O catarinense Matheus Navarro atingiu 18,17 pontos somando 9,17 com 9,00 na sexta-feira.
Na grande final, Alejo Muniz conquistou o título por 17,10 a 16,77 pontos de José Gundesen, com o campeão ganhando a segunda maior nota do ano, 9,27. Ela só ficou abaixou do 9,33 que o paulista Igor Moraes conseguiu nas quartas de final, quando fez a segunda maior somatória das três etapas, 17,83 pontos.
"Na minha visão, hoje é o melhor dia de ondas. Eu sabia que o meu surfe ia encaixar nessas condições e estou muito feliz de fazer esse 9,33", disse Igor Moraes. "Eu estava esperando há muito tempo por isso, de soltar meu surfe e fazer duas notas altas numa bateria. Minha meta era vencer esse evento, fazer meu melhor resultado em etapas do QS. Eu já tinha um terceiro lugar na Argentina, mas não consegui ir pra final de novo. Mesmo assim, troquei resultado e dei uma subidinha no ranking, que era o objetivo".
Igor Moraes conseguiu a maior nota das 3 etapas do Circuito Banco do Brasil - WSL / Daniel SmorigoIgor Moraes parou nas semifinais, perdendo para o argentino José Gundesen. O surfista de São Sebastião subiu para a décima posição no ranking regional da WSL Latin America. Ele dividiu o terceiro lugar na etapa de Ubatuba do Circuito Banco do Brasil de Surfe com o último campeão mundial Pro Junior da World Surf League, Lucas Vicente. No duelo catarinense da segunda semifinal, ele estava se classificando até o último minuto, quando Alejo Muniz conseguiu uma nota 6,50 para ganhar de virada, por 13,73 a 13,34 pontos.
"Investir no surf é remar junto" é o lema do Circuito Banco do Brasil de Surfe, que foi realizado com patrocínio do Banco do Brasil e BB Asset Management nas três etapas do WSL Qualifying Series disputadas em Garopaba (SC), Salvador (BA) e Ubatuba (SP), todas transmitidas ao vivo pelo perfil da WSL Brasil no TikTok e pelo WorldSurfLeague.com. Mais notícias desta última etapa podem ser acessadas no www.wsllatinamerica.com.
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